Banco BCA https://bancobca.com.br Fri, 19 Sep 2025 12:25:19 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.3 https://bancobca.com.br/wp-content/uploads/2025/09/cropped-cropped-bva-32x32.webp Banco BCA https://bancobca.com.br 32 32 RECUPERAÇÃO JUDICIAL FRAUDULENTA, E AGORA? https://bancobca.com.br/recuperacao-judicial-fraudulenta-e-agora/ https://bancobca.com.br/recuperacao-judicial-fraudulenta-e-agora/#respond Tue, 16 Sep 2025 11:22:51 +0000 https://lidercobrancas.com.br/?p=1808 A Recuperação Judicial é um instrumento legítimo, criado para viabilizar a reestruturação de empresas em crise, garantindo a preservação de empregos, o pagamento aos credores e a continuidade da atividade econômica. Porém, seu mau uso pode comprometer seriamente essa função social e abrir espaço para fraudes sofisticadas, que prejudicam credores e minam a confiança no sistema.

A Recuperação Judicial fraudulenta ocorre quando o processo é utilizado com finalidades escusas, seja para blindagem patrimonial, postergação deliberada de obrigações ou continuidade de atividades em nome de terceiros, esvaziando a empresa de seus ativos reais. Em vez de promover a reestruturação da companhia de forma transparente e viável, os controladores se valem da proteção judicial para redesenhar artificialmente a operação, mantendo o controle e evitando o pagamento de dívidas.

Essa distorção se manifesta de diferentes formas. Uma das mais recorrentes é a criação de novas empresas controladas pelos mesmos sócios, por onde as atividades comerciais continuam, enquanto a empresa em recuperação é deixada com o passivo. Também é comum a apresentação de planos com deságios excessivos, prazos irreais e pouca ou nenhuma transparência sobre a real situação financeira do grupo.

Outro sinal de alerta frequente é o uso do processo como estratégia para barrar execuções ou reverter decisões judiciais desfavoráveis. Em vez de um plano concreto de recuperação, o que se observa é a tentativa de ganhar tempo, enfraquecer os credores e diluir responsabilidades, muitas vezes com o apoio de fundos oportunistas ou aliados no processo.

Ainda que o ordenamento jurídico contemple dispositivos para coibir essas práticas, como o artigo 64 da Lei 11.101/2005 e os mecanismos de desconsideração da personalidade jurídica, sua aplicação efetiva depende de atuação técnica, vigilância dos credores e sensibilidade do Judiciário para identificar o desvio de finalidade.

Cabe lembrar que a fraude em recuperação judicial pode configurar crime, conforme os artigos 168 e 180 da mesma lei. O uso abusivo do processo pode, inclusive, resultar na falência da empresa, na responsabilização dos administradores e na perda dos benefícios da recuperação.

A atuação dos credores é determinante nesse cenário. É essencial participar ativamente das assembleias, questionar cláusulas abusivas, solicitar perícias contábeis, exigir acesso a documentos e buscar suporte técnico para a análise de planos e movimentações patrimoniais. A omissão pode representar prejuízo irreversível, especialmente em contextos de manipulação processual.

Com 38 anos de atuação no mercado, a Líder Cobranças tem acompanhado de perto a evolução dos padrões fraudulentos em processos de recuperação judicial. Nossa expertise envolve desde a análise técnica de demonstrações financeiras até a identificação de estruturas paralelas e transferência indevida de ativos, atuando sempre na proteção dos interesses dos credores com base em dados concretos e metodologia própria.

Fraudes em Recuperação Judicial não são exceções isoladas. São parte de um cenário complexo que exige preparo, atenção e ação coordenada. A recuperação é um instrumento importante, mas precisa ser protegida de distorções que comprometem seu propósito. Preservar sua integridade é responsabilidade de todos que atuam na defesa do crédito, da legalidade e da atividade econômica saudável.

]]>
https://bancobca.com.br/recuperacao-judicial-fraudulenta-e-agora/feed/ 0
A FRAUDE NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE ‘EMPRESAS DE DONO’ https://bancobca.com.br/a-fraude-na-recuperacao-judicial-de-empresas-de-dono/ https://bancobca.com.br/a-fraude-na-recuperacao-judicial-de-empresas-de-dono/#respond Tue, 16 Sep 2025 11:18:08 +0000 https://lidercobrancas.com.br/?p=1805 A Recuperação Judicial foi criada para permitir que empresas viáveis enfrentem crises financeiras sem recorrer à falência. Mas o cenário brasileiro tem mostrado que esse instrumento, embora essencial para a preservação da atividade econômica, vem sendo cada vez mais apropriado por empresas de controle concentrado. Nesses casos, onde há forte presença de sócios fundadores ou grupos familiares, os riscos de desvio de finalidade aumentam consideravelmente.

Quando falamos em “empresa de dono”, estamos nos referindo a estruturas empresariais altamente centralizadas, com pouca separação entre a pessoa física do controlador e a pessoa jurídica da empresa. Essa sobreposição cria um ambiente propício para manobras que dificultam a transparência e o controle do processo de recuperação. Em muitos casos, a proximidade entre o gestor e a operação permite o redirecionamento de ativos, a criação de empresas paralelas ou até a continuidade da atividade econômica por meio de terceiros, enquanto a empresa em recuperação permanece sem liquidez real.

Esse tipo de conduta compromete diretamente os credores. Além de reduzir drasticamente as chances de recebimento, enfraquece a confiança no próprio sistema de Recuperação Judicial. Muitas vezes, as empresas solicitam a recuperação já com a estrutura interna preparada para proteger o patrimônio pessoal dos sócios e manter as operações sob nova roupagem jurídica. O que deveria ser um mecanismo para reestruturação saudável da empresa se transforma em uma estratégia para blindagem patrimonial.

Casos recentes têm evidenciado esse padrão. A empresa em recuperação continua operando por meio de subsidiárias ou outras empresas criadas pelos mesmos controladores, enquanto o passivo da companhia original permanece sem solução. Quando há tentativa de responsabilização, os controladores alegam separação formal entre as pessoas jurídicas, dificultando a aplicação de medidas efetivas.

Embora o ordenamento jurídico brasileiro preveja instrumentos como a desconsideração da personalidade jurídica e a responsabilização de sócios por fraude, sua aplicação é limitada. Em processos de Recuperação Judicial, essas medidas encontram ainda mais obstáculos, pois a condução do processo costuma ser concentrada e pouco permeável à fiscalização externa. A atuação do Ministério Público é restrita, e os credores, muitas vezes, não têm acesso a informações completas sobre a real situação da empresa ou de seus controladores.

É nesse ponto que o papel do credor se torna crucial. A análise atenta da estrutura societária, do histórico recente de movimentações patrimoniais e da composição dos grupos econômicos relacionados à empresa em recuperação pode revelar indícios de fraude que justificam medidas mais incisivas. Solicitar perícia contábil, apontar contradições nas demonstrações financeiras e requerer a inclusão de outras empresas no polo passivo são caminhos legítimos e necessários.

Com mais de três décadas de experiência no setor, a Líder Cobranças tem acompanhado de perto a crescente sofisticação das fraudes em processos de Recuperação Judicial, especialmente em empresas de dono. Nossa atuação especializada inclui a identificação de padrões de blindagem patrimonial, análise técnica de documentos societários e contábeis e apoio estratégico à tomada de decisões por parte dos credores.

Preservar a função social da Recuperação Judicial exige diferenciar claramente os casos de crise legítima daqueles em que o processo é utilizado como escudo para má gestão ou condutas fraudulentas. A responsabilidade, nesses casos, não pode ser atribuída à empresa como abstração, mas sim às pessoas físicas que tomaram as decisões e que, muitas vezes, continuam à frente de novos negócios mesmo após a insolvência declarada da companhia original.

Recuperar crédito em cenários assim exige rigor técnico, conhecimento profundo da legislação e atuação estratégica. Mas também exige vigilância constante. A Recuperação Judicial deve ser um caminho para a reestruturação real e responsável, não uma porta de escape para quem deseja manter o controle da empresa, evitando os efeitos da própria gestão.

]]>
https://bancobca.com.br/a-fraude-na-recuperacao-judicial-de-empresas-de-dono/feed/ 0
INDÚSTRIA DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL PERPÉTUA PROCESSOS E ALIMENTA SUSPEITA DE FRAUDES https://bancobca.com.br/industria-da-recuperacao-judicial-perpetua-processos-e-alimenta-suspeita-de-fraudes/ https://bancobca.com.br/industria-da-recuperacao-judicial-perpetua-processos-e-alimenta-suspeita-de-fraudes/#respond Tue, 16 Sep 2025 11:15:50 +0000 https://lidercobrancas.com.br/?p=1802 A Recuperação Judicial foi concebida como um mecanismo de preservação da atividade econômica. Uma ferramenta jurídica voltada à manutenção de empresas viáveis, proteção de empregos e continuidade da cadeia produtiva. No entanto, a experiência prática no Brasil mostra que, em muitos casos, esse instrumento vem sendo distorcido. Os processos se tornaram longos, opacos e, por vezes, marcados por suspeitas de fraudes ou má gestão.

Pela Lei 11.101/2005, o prazo máximo para a fiscalização judicial do cumprimento de um plano de recuperação é de dois anos, conforme determina o artigo 61. Na realidade, no entanto, diversos processos ultrapassam esse limite com folga. Alguns chegam a se arrastar por mais de uma década. Essa perpetuação processual não apenas compromete a efetividade do instituto como também abre espaço para o surgimento do que tem sido chamado por especialistas de “indústria da Recuperação Judicial”.

Casos como o da operadora Oi ilustram esse cenário. A empresa entrou em recuperação em 2005 com dívidas de R$ 65 bilhões, permaneceu em processo até 2022 (17 anos) e, mesmo após encerrar essa etapa, ingressou com novo pedido para reestruturar R$ 44,3 bilhões. Outros exemplos emblemáticos incluem a Viação Itapemirim, cujo processo se iniciou em 2016 e continua ativo, e o do Banco Santos, em tramitação desde 2005. Há também casos como o da Construtora Marialva, com quase 30 anos de judicialização. Nessas situações, não é raro identificar sinais de esvaziamento patrimonial, disputas por controle da massa falida, nomeações judiciais questionáveis e estruturas societárias paralelas.

Diante da ineficiência sistêmica e do impacto econômico provocado por processos tão prolongados, o Congresso Nacional iniciou uma movimentação para modernizar e ajustar a legislação. O Projeto de Lei nº 3/2024, apresentado pelo Ministério da Fazenda, tem como um de seus objetivos centrais a redução do tempo médio de tramitação de Recuperações Judiciais no Brasil, atualmente estimado em 11 anos, segundo dados do próprio governo. Além disso, a proposta busca aprimorar mecanismos de recuperação de ativos, tornar os processos mais transparentes e reduzir o custo do crédito, beneficiando o ambiente de negócios como um todo.

Outro ponto de atenção no debate jurídico é o uso recorrente do instrumento da Desconsideração da Personalidade Jurídica (IDPJ). Embora previsto no Código de Processo Civil, sua aplicação exige base técnica robusta, sob pena de comprometer a segurança jurídica. Tribunais superiores vêm reforçando que a desconsideração deve ser medida excepcional, aplicada apenas quando houver indícios claros de confusão patrimonial, desvio de finalidade ou fraude. Nunca como uma estratégia genérica para atingir pessoas físicas ou empresas relacionadas sem o devido contraditório e prova.

Para credores e demais interessados nos processos, é fundamental estar atento a determinados indícios que podem sinalizar problemas mais profundos. Planos com deságios excessivos, muitas vezes acima de 80%. Propostas com prazos de carência longos demais. Movimentações patrimoniais recentes envolvendo empresas do mesmo grupo. Inconsistências contábeis. Criação de novas empresas por controladores pouco antes do pedido de recuperação, entre outros.

O combate à má utilização da Recuperação Judicial exige uma combinação de medidas legislativas, fiscalização técnica, atuação coordenada do Poder Judiciário e participação ativa dos credores. Também é fundamental fortalecer a capacitação dos administradores judiciais e garantir que perícias e análises econômicas sejam feitas por especialistas, com base em dados objetivos.

Com 38 anos de experiência no setor, a Líder Cobranças acompanha de perto a evolução desse cenário. Atuamos com metodologia própria e equipe multidisciplinar na identificação precoce de fraudes, análise de viabilidade econômica de empresas em recuperação e proteção técnica dos interesses dos credores. Nosso compromisso é com a integridade do processo e com a preservação legítima da função social da empresa, sem abrir espaço para distorções ou abusos.

A Recuperação Judicial continua sendo um instrumento fundamental, mas precisa ser aplicada com responsabilidade, transparência e foco na reestruturação real. Processos indefinidamente prorrogados, sem entrega de resultados, apenas perpetuam insegurança e alimentam desconfiança. O aperfeiçoamento do sistema é urgente e responsabilidade de todos os seus operadores.

]]>
https://bancobca.com.br/industria-da-recuperacao-judicial-perpetua-processos-e-alimenta-suspeita-de-fraudes/feed/ 0
GOLPES E FRAUDES EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL NO BRASIL https://bancobca.com.br/golpes-e-fraudes-em-recuperacao-judicial-no-brasil/ https://bancobca.com.br/golpes-e-fraudes-em-recuperacao-judicial-no-brasil/#respond Mon, 15 Sep 2025 13:36:49 +0000 https://lidercobrancas.com.br/?p=1798 A Recuperação Judicial foi criada como um instrumento legítimo para preservar empresas viáveis em momentos de crise, protegendo empregos e mantendo a atividade econômica. No entanto, o cenário brasileiro tem revelado um desvirtuamento crescente dessa ferramenta, transformando-a em uma verdadeira “indústria da recuperação judicial”, marcada por práticas abusivas e prejuízos significativos a credores, fornecedores e trabalhadores.

Nos últimos anos, diversos casos emblemáticos escancararam o uso estratégico da recuperação não como forma de reestruturação, mas como manobra para evitar obrigações legítimas. Episódios como os das Lojas Americanas, com inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões, da 123 Milhas, envolvendo mais de 700 mil credores, e o caso Polishop, com proposta de deságio de 90% e prazo de pagamento de dez anos, exemplificam como a ferramenta vem sendo utilizada de forma distorcida. Outro caso notório é o da Coteminas, do presidente da FIESP, com dívidas superiores a R$ 2 bilhões.

A análise técnica de especialistas como Ronaldo Corrêa Martins reforça que muitos empresários vêm usando a Recuperação Judicial para escapar de dívidas geradas por má gestão, com o agravante da atuação de fundos de investimento oportunistas — os chamados stress funds — que adquirem créditos com deságios elevados e pressionam por condições ainda mais prejudiciais aos credores originais.

Entre as principais fraudes praticadas, destaca-se o desvio de finalidade — quando o processo é movido não para salvar o negócio, mas para evitar o pagamento de dívidas legítimas. Soma-se a isso a prática de deságios excessivos, que reduzem em até 90% o valor devido, comprometendo a saúde financeira dos credores, especialmente pequenos fornecedores. Outro esquema recorrente é a transferência fraudulenta de ativos, com a movimentação patrimonial para empresas controladas pelos mesmos sócios antes do pedido de recuperação, esvaziando a massa patrimonial e blindando os bens dos verdadeiros controladores. Em paralelo, fundos especializados distorcem a lógica do processo ao adquirir créditos em massa e influenciar votações de planos com foco exclusivo em lucro imediato.

Essas condutas, muitas vezes, configuram crimes empresariais. A Lei 11.101/05 tipifica fraudes contra credores e gestão temerária. Já o Código Penal e a Lei da Concorrência punem falsidade ideológica e manipulação de mercado. Diante disso, o Judiciário tem buscado respostas. A Lei 14.112/2020 incorporou o artigo 51-A, que permite ao juiz determinar perícia prévia em casos de indícios de fraude. Tribunais como o TJSP já adotam jurisprudência permitindo essa medida antes mesmo do processamento da recuperação, com o objetivo de evitar abusos logo na origem do pedido.

Para os credores, a vigilância começa com a identificação de sinais de alerta: propostas de deságio superiores a 70%, carências muito longas, planos de pagamento inexequíveis, transferências recentes de ativos, e inconsistências nas demonstrações financeiras. A participação ativa no processo, o acompanhamento técnico do plano e a solicitação de perícia especializada são medidas essenciais. Em casos graves, a denúncia ao Ministério Público também se faz necessária.

A atuação de empresas especializadas torna-se, nesse cenário, um diferencial estratégico. Com 38 anos de experiência, a Líder Cobranças desenvolveu expertise específica na análise técnica de processos de Recuperação Judicial, com metodologias próprias que integram análise jurídica, financeira e investigativa. Avaliamos riscos, detectamos padrões fraudulentos, protegemos os interesses de credores e orientamos estratégias para maximizar a recuperação de créditos em processos complexos.

O futuro do instituto da Recuperação Judicial depende de um tripé fundamental: aprimoramento legal, capacitação técnica e compromisso institucional. É necessário fortalecer os mecanismos de controle, ampliar a participação de credores e terceiros no processo, e garantir maior transparência dos atos judiciais. Magistrados, promotores, advogados e credores precisam atuar de forma coordenada para distinguir o uso legítimo da recuperação de seu uso fraudulento, responsabilizando os agentes que abusam do sistema sem criminalizar a atividade empresarial de boa-fé.

Preservar empresas em dificuldades reais é essencial para a economia. Mas permitir que o instituto seja explorado como manobra de blindagem patrimonial ou como estratégia de impunidade compromete sua função social e prejudica toda a cadeia produtiva. O combate a fraudes em Recuperação Judicial é, portanto, uma responsabilidade coletiva — e permanente.

]]>
https://bancobca.com.br/golpes-e-fraudes-em-recuperacao-judicial-no-brasil/feed/ 0
RECUPERAÇÃO JUDICIAL: A MAIOR FRAUDE DO SÉCULO https://bancobca.com.br/recuperacao-judicial-a-maior-fraude-do-seculo/ https://bancobca.com.br/recuperacao-judicial-a-maior-fraude-do-seculo/#respond Mon, 15 Sep 2025 13:31:57 +0000 https://lidercobrancas.com.br/?p=1795 A fraude sempre representou uma ameaça ao sistema jurídico e econômico. Desde que o patrimônio passou a ser o principal responsável pelas dívidas, ainda na Antiguidade, surgiram práticas para ocultar ou esvaziar bens e frustrar os direitos dos credores. Já no Digesto Romano, era possível encontrar registros de manobras fraudulentas, como a renúncia a direitos, extinção de garantias e abandono de bens com o claro objetivo de reduzir artificialmente o patrimônio do devedor.

Com o tempo, o Direito desenvolveu instrumentos para combater esse tipo de conduta, como a ação pauliana, a fraude à execução, a fraude à lei e a simulação — todos voltados à proteção do crédito e à repressão de condutas que tentam burlar a responsabilidade patrimonial. No entanto, a fraude evoluiu, especialmente no ambiente empresarial. Hoje, contratos e manipulações contábeis se tornaram ferramentas recorrentes para camuflar a real situação financeira de empresas. Isso não é novo: a Exposição de Motivos do Código Comercial de 1850 já reconhecia a dificuldade em distinguir o falido honesto do fraudulento.

Casos emblemáticos reforçam essa realidade. A empresa Gallus, por exemplo, criou demonstrações financeiras falsas e as publicou para captar recursos do público, sendo paradoxalmente premiada como “empresa do ano”. O caso da Boi Gordo envolveu autonegociações e falsificações contábeis para mascarar prejuízos. Já o Banco Santos operava com “empresas de papel” para registrar despesas fictícias e manipular índices de eficiência. Esses exemplos mostram como a fraude, quando bem estruturada, pode se infiltrar em processos aparentemente regulares.

No âmbito jurídico, a simples suspeita de fraude não basta. Segundo o STJ e o STF, é necessário apresentar indícios concretos e objetivos para justificar medidas mais severas. A acusação exige um juízo de probabilidade devidamente fundamentado — não se trata de conjecturas, mas de provas mínimas que demonstrem a plausibilidade da irregularidade.

Quando falamos de Recuperação Judicial, o problema se intensifica. Embora a Lei 11.101/05 tenha previsto sanções penais para fraudes cometidas durante o processo, sua disciplina normativa ainda é incipiente. O artigo 64, por exemplo, trata do afastamento do devedor ou dos administradores, mas sua aplicação depende da interpretação doutrinária — que ainda carece de uniformidade. Além disso, a recuperação judicial não possui instrumentos tão robustos quanto os previstos para a falência, como a ação revocatória ou a ineficácia objetiva. E, diferentemente da falência, o processo de recuperação não permite a atuação ativa de terceiros interessados no polo ativo, o que reduz a fiscalização externa e fragiliza o sistema.

Algumas decisões judiciais vêm permitindo consolidações processuais sem a devida investigação substantiva, o que pode abrir espaço para práticas fraudulentas passarem despercebidas. É preciso lembrar que a celeridade processual, embora importante, não pode comprometer a segurança jurídica — sobretudo quando há indícios de fraudes estruturadas. O sistema atual carece de instrumentos legais mais eficazes, maior participação dos credores, capacitação técnica dos operadores do Direito e atuação mais incisiva do Ministério Público. E é aqui que entra a importância da atuação especializada.

Com 38 anos de experiência, a Líder Cobranças desenvolveu expertise na análise de processos de recuperação judicial, com foco na identificação de padrões fraudulentos e na proteção dos interesses dos credores. Atuamos com suporte técnico, estratégico e jurídico em situações complexas, contribuindo para que o instituto da recuperação judicial não seja desvirtuado de sua função social.

Proteger a Recuperação Judicial significa garantir que ela seja utilizada por empresas viáveis e comprometidas com a transparência — não como escudo para fraudes sofisticadas. A repressão a essas práticas não é apenas uma necessidade jurídica, mas uma exigência ética, econômica e institucional. O equilíbrio entre agilidade, segurança e legitimidade é o que assegura a confiança no sistema e a proteção dos múltiplos interesses envolvidos.

]]>
https://bancobca.com.br/recuperacao-judicial-a-maior-fraude-do-seculo/feed/ 0
ETAPAS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL: do pedido à reestruturação https://bancobca.com.br/etapas-da-recuperacao-judicial-do-pedido-a-reestruturacao/ https://bancobca.com.br/etapas-da-recuperacao-judicial-do-pedido-a-reestruturacao/#respond Thu, 21 Aug 2025 14:24:16 +0000 http://lidercobrancas.com.br/?p=645 Entender o passo a passo da Recuperação Judicial ajuda a reduzir o medo e dar clareza sobre o processo. Veja como funciona:

  1. Pedido na Justiça: A empresa protocola o pedido com documentos e justificativas.
  2. Deferimento e suspensão das cobranças: A Justiça concede a suspensão por 180 dias.
  3. Apresentação do plano de recuperação: A empresa propõe como irá se reorganizar e pagar as dívidas.
  4. Assembleia de credores: Os credores avaliam e votam o plano.
  5. Homologação judicial: O juiz aprova o plano negociado.
  6. Execução do plano: A empresa cumpre os prazos e acordos definidos.

É um processo técnico, sério e que visa recuperar economicamente a empresa. Mas atenção: o sucesso depende de assessoria qualificada.

]]>
https://bancobca.com.br/etapas-da-recuperacao-judicial-do-pedido-a-reestruturacao/feed/ 0
MITOS E VERDADES sobre a Recuperação Judicial https://bancobca.com.br/mitos-e-verdades-sobre-a-recuperacao-judicial/ https://bancobca.com.br/mitos-e-verdades-sobre-a-recuperacao-judicial/#respond Thu, 21 Aug 2025 14:13:31 +0000 http://lidercobrancas.com.br/?p=642 A Recuperação Judicial ainda é cercada de desinformação. Vamos acabar com os principais mitos?

Mito 1: “Só grandes empresas podem pedir RJ.” Verdade: Pequenas e médias empresas têm direito ao processo, desde que atendam aos requisitos legais.

Mito 2: “Entrar em RJ é admitir falência.” Verdade: É justamente o contrário. A Recuperação Judicial evita a falência e preserva o negócio.

Mito 3: “Minha reputação vai ser destruída.” Verdade: Muitos credores preferem a RJ à falência, pois ela aumenta as chances de receberem seus créditos.

Mito 4: “É um processo lento e ineficaz.” Verdade: Com uma boa assessoria, o processo pode ser conduzido com agilidade e gerar resultados concretos.

Informação é o primeiro passo para decisões inteligentes. Não tome atitudes com base em achismos.

]]>
https://bancobca.com.br/mitos-e-verdades-sobre-a-recuperacao-judicial/feed/ 0
RECUPERAÇÃO JUDICIAL: o que é e como pode salvar sua empresa https://bancobca.com.br/recuperacao-judicial-o-que-e-e-como-pode-salvar-sua-empresa/ https://bancobca.com.br/recuperacao-judicial-o-que-e-e-como-pode-salvar-sua-empresa/#respond Thu, 21 Aug 2025 14:04:36 +0000 http://lidercobrancas.com.br/?p=635 Sua empresa está sufocada em dívidas, sem conseguir honrar compromissos e vendo o risco de falência bater à porta? A Recuperação Judicial pode ser a ferramenta legal que faltava para dar uma nova chance ao seu negócio.

A Recuperação Judicial é um recurso previsto na Lei nº 11.101/2005 que permite que empresas em dificuldades financeiras renegociem suas dívidas com credores sob supervisão da Justiça. O objetivo? Evitar a falência e permitir a reestruturação da empresa, preservando empregos, fornecedores e a atividade econômica.

Grandes empresas já passaram por esse processo e voltaram ao mercado com força. Mas ele não é exclusivo para grandes corporações — pequenas e médias empresas também podem recorrer à RJ.

Principais benefícios:

  • Suspensão temporária das execuções e cobranças judiciais;
  • Renegociação de dívidas com prazos mais longos e descontos;
  • Continuidade das operações;
  • Reorganização estratégica do negócio.

A Recuperação Judicial não é sinônimo de fracasso — é uma estratégia inteligente para quem deseja preservar seu legado empresarial.

]]>
https://bancobca.com.br/recuperacao-judicial-o-que-e-e-como-pode-salvar-sua-empresa/feed/ 0